Hoje é dia do fotógrafo, mas o quê é ser fotógrafo? Quem é fotógrafo? É aquele que tem uma câmera? É aquele que trabalha e vive da fotografia? Ou é aquele que leva a fotografia a sério, que é apaixonado por arte, aquele que não se importa com as definições? Hoje, ser ou não ser é uma questão bem pertinente.
Há uma sombra negra perseguindo quem está começando, quem resolveu dar os primeiros passos na fotografia pra se tornar fotógrafo. Pessoalmente, vejo essa precipitação de se chamar fotógrafo como um estímulo para continuar na fotografia. E esse ponto é o divisor de águas entre os que se tornarão fotógrafos de verdade e os que só estavam nesse mundo por fogo de palha.
Quando compramos nossa primeira câmera, a alegria ter esse equipamento em mãos é enorme. Pesquisamos referências para “copiar” ideias e sonhamos arduamente em nos tornar um Cartier-Bresson, uma Annie Leibovitz. Sonhar não é pecado, mas depois de todo frisson do primeiro momento, passamos a estudar profundamente fotografia e pesquisar sobre os grandes mestres dessa arte, sobre técnicas e teorias. Percebemos, então, que o caminho para o “ser fotógrafo” vai muito além das nossas percepções do começo. Assim, passamos a ficar receosos com o fato de nos autodefinir fotógrafos. Juntando isso ao medo da condenação por alguns outros "fotógrafos-profissionais-há-x-anos", as coisas para o iniciante se tornam ainda mais complicadas.
Foto: Sabrina di Mello
Texto: Francine de Matos (http://www.fotografeumaideia.com.br/site)
